deve conservar a vida do que é prejudicial ao público? e que sempre o é o mal intencionado? e que a própria vida devias resguardar ainda a pesar da do contrário? e que a ruína do crédito é mais sensível que os golpes da morte? Não receia o poder dos homens (lhe respondi) o homem, que só teme os Deuses; nem obrigam os resguardos da própria vida, quando as manchas do sangue do contrário tomam as cores da vingança: e ao que prejudica o público só pode castigar o que tem a incumbência de administrar a justiça. As suas maldades não me desobrigam de valer-lhe, pela mesma compaixão, a que me deve mover, quando determina vilmente a minha ruína. O crédito, que me quis abater a sua falsidade, assaz restituído fica pela ocasião de receber a vida daquele, a quem havia prometido a morte. Quanto mais, Senhor, que o primeiro conselho de Aldino parece filho de um coração sincero; e o desacerto nasceu do muito, que teme a vossa ira. Aqui furioso Aldino em mais alta voz disse: Não é assim o que diz, Senhor, porque sabe que os monstruosos partos da inveja me arrebataram àquela abominável esfera de desacertos: e para ser, ó Antinor, maior a tua vitória, e bem vista a minha confusão, será a minha morte o instrumento do teu
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