maior valor, com mais intrepidez da parte dos cristãos. Cinco vezes os infiéis abordaram a nau, e cinco vezes foram rechaçados, mortos ou arrojados ao mar. Dona Rosa, como uma verdadeira heroína, apareceu em todo esse dia de horrível combate, pelejando briosamente, acoroçoando os guerreiros com o brado de “Viva a fé de Cristo! Ora ajudando os marinheiros a arrear, a recompor os cabos, no manejo marítimo, ora cuidando dos feridos, e sempre olhada com admiração e respeito.
Uma granada argelina, arrebentando junto da vela grande, a incendiou; prontamente despiram os combatentes as suas roupas para com elas abafar o incêndio; dona Rosa os imitou tanto, quanto lhe permitiu o recato de seu sexo, e a tão acertado remédio se deve não ter lavrado o fogo. Os mouros, supondo ia a nau ateada, trabalharam para rendê-la, mas eis que pelos esforços e atividade varonil de uma mulher, a nau mareia, graças à nova vela, evitando assim nova adornagem. O inimigo desce de seu intento, dispara a última carga de artilharia e mosquetaria, e recua já noite fechada.
Dona Rosa desenvolveu então a mesma atividade, que mostrara na noite precedente; prestou-se a todo o serviço, indispensável a novo combate. No dia seguinte não ousaram os corsários aproximar-se; embalde mandou o capitão marcar a nau, esperando novo conflito; o vento