por um dos seus vehiculos mais importantes, sem duvida, mas não o unico — o budhismo; no Orient u. Occident, I, 719, ss[1]: indicou esse profundo investigador algumas das importantes questões geraes que devem ser resolvidas pelo estudo comparado dos contos, Angelo De Gubernatis na sua Zoological Mythology (Londres 1872, 2 vols. 8.º, trad. fr. 1874. 2 vols. 8.º) busca as origens mythicas dos contos, sem estudar as questões da sua transmissão e modificações. R. Köhler, o maior conhecedor da litteratura dos contos populares, tem-se occupado em artigos e notas dispersas em numerosas publicações, de que apenas conhecemos uma parte (a mais importante em verdade) do estudo bibliographico e comparativo d'essas tradições, preparando solidos materiaes que hão de servir de base para conclusões futuras. Nas notas de W. Grimm, aos Kinder-und Hausmärchen (III Band. Dritte Ausgabe. Göttingen, 1856), em differentes estudos de F. Liebrecht, de A. d'Ancona, D. Comparetti, A. Kuhn, Gaston Paris, H. OEsterley e d'outros eruditos ha tambem contribuições valiosas que devem ser estudadas previamente por quem se propozer tractar a serio o problema dos contos populares.
Do mesmo modo que as linguas litterarias vivem principalmente á custa das riquezas que lhe offerecem as linguas populares, como diamantes brutos que aquellas só tem que polir e fazer valer pela disposição artistica, assim as litteraturas só teem valor verdadeiro quando aproveitam as minas da tradição popular, haurem d'ellas as fórmas cujo sentido humano é provado pela sua generalisação no tempo e no espaço, vasando n'ellas os sentimentos e concepções d'uma epocha e imprimindo-lhes o cunho d'uma grande individualidade poetica.
Nada mais mesquinho que os productos da imaginação individual. Um verdadeiro artista, um Eschylo, um Sophocles, um Dante, um Shakspeare, um Goethe acha
- ↑ Vid. Gaston, Paris Revue critique, 1874, art. 145.