Página:Contos fluminenses.djvu/322

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— A sorte grande? perguntou Diogo... Tirei... tirei...

— Dormio bem? perguntou Adelaide a Tito.

— Como um justo que sou. Tive sonhos côr de rosas: sonhei com o Sr. Diogo.

— Ah! sonhou comigo? murmurou entre dentes o velho namorado. Coitado! tenho pena d’elle!

— Mas onde está Azevedo? perguntou Tito a Adelaide.

— Anda de passeio.

— Já?

— Pois então. Onze horas.

— Onze horas! É verdade acordei muito tarde. Tinha duas visitas para fazer: uma a D. Emilia...

— Ah! disse Diogo.

— De que se espanta, meu caro?

— De nada! de nada!

— Bom; vou mandar pôr o seu almoço, disse Adelaide.

Os dous ficárão sós. Tito acendeu um cigarro de palha; Diogo affectava grande distracção, mas olhava sorrateiramente para o moço. Este, apenas soltou duas fumaças, voltou-se para o velho e disse:

— Como vão os seus amores?

— Que amores?

— Os seus, a Emilia... Já lhe fez comprehender toda a immensidade da paixão que o devora?