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DA FRANÇA AO JAPÃO

do imperio Imperatriz Eugenia e que, então, apenas lembrava uma devisão territorial da França: La Provence.

Longe de nos affligir essa demora, ficamos satisfeitos por dispôr de doze dias para visitarmos a cidade de Shangai que se nos apresentava com feições inteiramente europêas pelas suas bellas edificações, largas ruas e ajardinadas praças.

Procuramos, logo que desembarcamos, uma hospedaria na concessão franceza, apezar de não ser a melhor da cidade, era comtudo de bom trato, e pertencente a um honesto negociante francez.

No dia seguinte, procuramos o Sr. Consul da França, á quem fomos recommendado pelo Sr. Janssen, o qual nos recebeu com a mais cordial delicadeza, e nos offereceu um aposento no palacete do consulado. Segundo a pratica que até então tinhamos seguido em favor de nossa independencia, procuramos razões acceitaveis para recusarmos tão delicado offerecimento.

A cidade de Shangai é antes uma cidade internacional do que possessão do celeste imperio. Alli se encontrão quarteirões francezes, inglezes, e americanos, perfeitamente distinctos e habitados pelos cidadãos das respectivas nações; comtudo, os residentes pagão um certo imposto territorial correspondente a extensão da arêa que occupão com seus armazens e casas de moradia.

O consul, é a primeira autoridade da concessão, porém as questões municipaes, ou antes ás que dizem respeito a impostos de casas de negocio, a viação, edificação, etc., são resolvidas por uma especie de conselho municipal, eleito pelos residentes, porém cujos membros podem ser suspensos pelo consul.

Os chins de Shangaï não se parecem com seus compatriotas das cidades do Sul. A raça é mais pura e os individuos são, em geral, de alta estatura, robustos e muito mais activos; e tivemos occasião de vêr algumas mulheres de tez rosada e fresca que se afastavão sensivelmente do typo vulgar da raça chineza.