Página:Da França ao Japão (1879).djvu/291

Wikisource, a biblioteca livre
228
DA FRANÇA AO JAPÃO

A terceira classe ou classe superior, compunha-se de jovens estudantes, que já tinhão dado provas sufficientes das materias da 2ª classe.

Os alumnos desta classe estudavão o sanscrito, o latim, a rhetorica, a poetica, litteratura geral e linguas vivas, com especialidade o inglez.

Ao concluir este curso de estudos, os estudantes recebem sucessivamente o gráo de bacharel, licenciado ou doutor, e chegando a certa idade são nomeados mandarins.

Apezar de christãos, os doutores chinezes aprofundão e discutem a philosophia de Confucio, do mesmo modo que, entre nós, os estudantes adiantados das nossas escolas entregão-se ao estudo da philosophia positiva, desenvolvida magistralmente por Augusto Comte.

E, na verdade, estes dois grandes homens estabeleceram a philosophia debaixo dos mesmos principios; o primeiro, a verdade religiosa livremente comprovada pela razão humana; o segundo, tudo pela observação, cujas condições devem ser estabelecidas pelo methodo e verificadas.

Porém, Confucio não limitou a liberdade, deixou a razão livremente julgar; emquanto que Comte pára em sua analyse e chega a anniquilar as faculdades do homem, não negando nem affirmando. O exame do mundo moral parece, segundo elle, não constituir prova.

Visitamos na vespera da nossa partida para França um templo chinez de grande nomeada, que se acha edificado na direcção norte de Shangaï e distante de duas leguas dessa cidade.

O templo eleva-se no meio de uma planice arenosa, e mede trinta e cinco metros de altura.

Na parte superior vê-se elevados curucheos que cobrem os tres corpos principaes do templo.

Na frente, pequenas janellas de forma ogival, e ornadas com complicados relevos; nos lados, estendem-se lindas avenidas