que são limitadas pela luxuriante vegetação de densos bosquetes que ha muito tempo são conservados.
No interior, o principal personagem é um grande Budhá de oito a dez metros de altura, e que tem a seus lados os deoses do mal e do bem – Vichnou e Siva.
Os padres chins vestem uma especie de batina feita de estofo preto ou azul ferrete, e sobre a cabeça trazem uma gerra de estofo de seda azul claro.
Alguns, vivem no interior do templo, muitos têm familia e habitam nas immediações, sendo, porém, obrigados, segundo nos informarão, a comparecerem tres vezes por dia ao templo para os Officios Divinos.
Ao despedirmo-nos dos padres chins, offerecemos algumas piastras a um delles, que aceitou, porém nos fez dizer pelo interprete, que empregaria em esmolas o pequeno obulo, pois, os christãos não deverião concorrer para sustentação do Culto de Budhá; o que agradecemos por julgarmos mais acertado o emprego.
Approveitamos o ensejo para colhermos interessantes informações sobre a caridade chineza. Soubemos que mesmo em Shangaï, existia dois hospitaes para os desprotegidos da fortuna, e que estes estabelecimentos de caridade erão custeados pelos habitantes, que a administração achava-se á cargo dos sacerdotes budhistas, os quaes annualmente prestavão contas ao mandarim civil da cidade.
E como um dos ministros do gigante Budhá perguntasse qual era nossa opinião sobre a cidade chineza de Shangaï, e com franqueza respondessemos, que o seu aspecto era triste e indicava haver muita miseria dentro de seus muros, o padre chim, longe de se mostrar contrariado, disse-nos que já esperava essa resposta, porém que os individuos que mendigavão pelas ruas, rôtos e esfarrapados, erão verdadeiros vagabundos, viajando de cidade em cidade implorando a caridade publica, e que se demoravão em cada uma, apenas alguns dias, até que a policia os obrigava a partir.