Página:Diccionario Bibliographico Brazileiro v1.pdf/366

Wikisource, a biblioteca livre
AR
341

O anjo da vingança: peça em tres actos, expressamente escripta para a celebre artista Gemma Cuniberti — Collaborou nesta obra U. Duarte. Foi representada no theatro Gymnasio em maio de 1882.

Gillete de Narbonne: opera comica em tres actos de H. Crivot e A. Duru, extrahida dos Contos de Boccacio. Traducção livre, com musica de E, Audran. Rio de Janeiro, 1883 — Foi levada pela primeira vez no theatro Sant'Anna a 28 de junho deste anno.

Falka (Ie droit d'ainesse): opera comica burlesca em tres actos por E. Letterrier e A. Vanloo. Traducção — Idem a 24 de agosto de 1883.

Arthur de Azevedo redigiu:

O Domingo: revista hebdomadaria. S. Luiz, 1872.

Revista dos theatros: periodico dedicado á litteratura e arte dramatica — Sahiu o primeiro numero em julho de 1879, Rio de Janeiro, sendo seus pricipaes redactores Arthur de Azevedo e A. Lopes Cardozo, com 80 pags. in-16 e um retrato do actor F. C. Vasques, de quem vem ahi a biographia, escripta por Arthur de Azevedo.


Arthur Barreiros — Natural do Rio de Janeiro e nascido a 29 de dezembro de 1856, cursou até o 2° anno a antiga escola central, que deixou para dedicar-se ao jornalismo, collaborando para varios jornaes, como a Comedia popular, o Bezouro, Revista do Rio de Janeiro, Zig-zag, Luz, Penna e Lapis, Gazetinha, Estação, Mãe de familia, Bibliotheca Romantica e Revista brazileira, onde se acha seu estudo sobre

— Collocação dos pronomes — No torno 5°, 1880, pags. 71 a 83.

O Cancioneiro alegre de C. Castello Branco. Rio de Janeiro, 1879, 8 pags. in-8° gr. — E' escripto em fórma de carta « ao exm° sr. Camello Castello Branco » ao ler a obra desse escriptor portuguez que por vezes tem procurado injuriar o Brazil em suas publicações. Póde-se avaliar a justa indignação, de que se possuira Barreiros, pelas seguintes palavras suas: « Para um cão hydrophobo — que diabo! — ha o veneno, ha a pedra, ha o pau, ha o tiro, ha o fiscal e ha a camara municipal; e para vossa excellencia que é tresdobradamente peior que dous, duzentos, vinte mil cães damnados — pois não contente com abocanhar os vivos, inda levanta a perna no tumulo dos mortos — para vossa excellencia, diziamos, não ha uma possessão na Africa, não ha quatro bofetadas, e uma duzia de pontapés, nem siquer, ó Deus todo Poderoso! um simples e modesto xadrez de policia. »

E quem assim se exprime é um joven de educação finissima, de trato amenissimo! E' que nem todos têm bastante fleuma para ouvir e atirar ao merecido despreso insultos grosseiros, embora venham estes de um homem de lettras, mas de um homem que se esquece que seus parentes deixam o seu fulgurante céo de Portugal pelo nosso céo estrellado de bananas, e vem aqui buscar a felicidade no entrelaçamento com a cabralhada do Brazil, com os cerebros de tapioca.