DOM JOAO VI NO BRAZIL 89
No dos Carmelitas a Lapa ( I ) viveram no primeiro quartel do seculo XIX, a par de outros monges instruidos, frei Pedro de Santa Marianna, mathematico que, mais co- nhecido sob o seu titulo de bispo de Chrysopolis, foi depois o preceptor muito querido de Dom Pedro II ; frei Custodio Alves Serrao, dado a physica e a chimica, e frei Leandro do Sacramento, botanico de merito. No convento franciscano de Santo Antonio a pleiade de religiosos de valia era muito mais larga. Abrangeu, de 1809 a 1811, o grande botanista frei Jose Mariano da Conceigao Velloso, com o seu habil desenhista frei Francisco Solano, o que illustrou a Flora Fluminensis ; e durante muitos annos, alem de um bando de theologos, medicos, entalhadores, e outros prestimosos irmaos, trez eloquentissimos pregadores frei Francisco de S. Carlos, o qual era tambem musico e poeta, frei Fran cisco de Santa Thereza de Jesus Sampaio (2) e, primus inter pares, o famoso Mont Alverne.
A nenhum d estes espiritos, desenvolvidos no meio co lonial e aos quaes faltara portanto o desafogo do culto am- biente europeu, se poderia applicar a caustica e feliz expres- sao que sobre o conde de Pombeiro, um dos fidalgos educa- dos da corte de Dona Maria I, externava D. Rodrigo de Souza Coutinho n uma das suas cartas ao Principe Regente: Digne-se lembrar-se V. A. R. que o conde de Pombeiro,
��(1) iBsta ordem passara em 1811 da rua dos Rarbcmos, para onde traha vindo do Largo do Pago ao chegar a familia real e annexar o seu convento, a ter sua sde na Lapa, perto do mar, tomando conta de um seminario para on si no de latim, ( anto-chao, exorcicios de cdro e pratica de exenci Cios espirituaes de ordenandos, fun dado em 1T51 por um sacerdote paulista e que se extinguio por falta dos rendimentos comipetentes.
(2) O commerciante francez Gendrin ( oh. clt. ) descreve o p&re Saint-Paillo como de grande corpulencia, fallando franoez, jovial e muito respeitado, fazendo-lhe cortejo quatro frades. Chama-o I homme Ic plus savant du Brcsil.
�� �