DOM JOAO VI NO BRAZIL 169
bem recente se Ihe offerecia, o grande Pombal, que por um momento galvanizara o Reino ao contacto do seu genio, e de cuja vfda, actividade, reformas e feitos se encontram na collecgao Lfnhares recordaqoes frequentes.
D. Rodrigo nao so trabalhava como fazia os outros trabalharem, obrigando todos os que o cercavam a esforga- rem-se em prol da regeneragao publica, e para isto repellindo os ociosos e os corrompidos. Sem as qualidades exteriores de seducgao de Barca ou de Palmella, era menos superfi cial e muito mais inteirico do que o primeiro, muito menos sceptico e mais audaz do que o segundo. A superficialidade em questao deve todavia entender-se de opinioes, nao de co- nhecimentos, pois que a variada instrucgao do conde da Barca era notoria, ao passo que da de D. Rodrigo bouve quern dissesse com malicia que consistia em saber a primeira linha de todos os artigos da Encyclopedia. O amavel Anto nio de Araujo nem prejuizos politicos possuia, sendo por indole e por >educacao um liberal, quando ao contrario D. Rodrigo, si ostentava intellectualmente um certo liberalismo - mesmo porque para se ser reformador tem-se que ser innovador - - praticamente se revelava de tao auctoritario um absolutista puro.
Queria sinceramente o bem do povo, mas comtanto que Ihe fosse outorgado pela coroa e que o progresso mate rial nao invadisse e desmanchasse o arcabougo politico, o qual se devia ciosamente conservar. N este sentido era o conde de Linhares homem que chegava a escrever ao Prin cipe Regente (i) considerar perfeita loucura dos Governa- dores do Reino dizerem haver consultado sobre o modo de
��(1) Carta de 16 do Agosto de 1809, no Arcli. Pub. do Rio de Janeiro.
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