. DOM JO AC VI NO BRAZIL 187
de Louie, por quern se interessara vivamente o coronel Maler: "Esse traidor veio a todo o galope a Lisboa para me enganar e sacudir como Fernando na armadilha de Bona parte ( i ) .
Accresce que a corte portugueza, sobre ser composta de elementos no geral de questionavel valia, tratava o Rio de Janeiro, quanto Ih o consent! am, como terra conquistada, encarando-a sempre como um ponto de residencia obrigada, porem ephemera, e desagradavel. Ralados de saudades de Lisboa, os nobres detestavam commummente a capital bra- zileira. Afora o Principe, poucos eram os que estimavam o Brazil ou que Ihe faziam sequer justiga. Tal amo, tal criado. Marrocos pode dizer-se que reflectia fielmente a opiniao dos fidalgos que o protegiam, e suas cartas, espelho dos ditos azedos que fermentavam nas conversas portuguezas, trazem um testemunho irrefutavel d aquelle estado de espirito, que nao e injusto appellidar de collective.
Achava Marrocos o ar do Rio infernal, cheio de mp- lestias "pelos vapores crassos e corruptos do terreno e humo- res pestiferos da negraria e escravatura" ; comparava a ci- dade de Sao Sebastiao com o peor bairro de Lisboa, que era o de Alfama, ou jazendo-lhe multo favor, com o Bairro Alto nos sens districtos mais porcos e inunundos (2) ; dizia ser o clima mais pestifero do que o de Cacheu, Caconda, Mo- gambique, e todos os mais da Costa de Leste, andando sem pre o S. Viatico por casa dos enfermos, de dia e de noute as Igrejas continuamente dando signaes de defuntos ", e ha- vendo elle pouco antes sabido que so na egreja da Miseri-
��(1) Oifficio de 6 de Setembro de 1818, no Arch, do Min. dos Nog. Est. de Pranea.
(2) Carta de 24 de Outubro dc 1811.
�� �