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DOM JOAO VI NO BRAZIL 191

a porta ao capital bem como ao trabalho estrangeiro, sem difference de nacionalidade ou de credo religioso, e a laa^ar os alicerces da industria brazileira ao mesmo tempo que se langavam os do seu commercfo exterior.

A celebrada abertura dos portos nacionaes constituio em verdade uma medida altamente sympathica e liberal, mas nao se pode dizer que representasse uma desinteressada e intencional cortezia do Principe Regente aos seus subditos ultramarinos. Era antes uma precaugao economica necessa- ria e inadiavel porquanto, estando na occasiao fechados por motivo da invasao e occupacao franceza os portos de Por tugal, que serviam de entrepostos e distribuidores dos pro- ductos coloniaes, pareceria simples loucura manter igual- mente fechados os portos do Brazil e assim condemnar a uma completa paralysia o movimento de exportagao e impor- tagao na colonia.

O momento era azado e favoravel a producgao bra zileira. O embargo americano determinara maior procura em Londres e portanto a subida dos pregos de varies dos nossos principaes generos, a comegar pelo algodao. Pelo mesmo mo tivo crescera o fumo cinco vezes de valor, e outro tanto acontecera ao arroz. Tambem o sebo andava altamente co- tado, cerca de cento por cento e mais de augmento, por ser artigo que costumava vir da Russia, nac,ao com a qual se achava a Inglaterra entao em guerra, por alliada da Franqa. O proprio assucar, cujo valor diminuira muito pela impos- sibilidade de reexportal-o para o continente da Europa em virtude do bloqueio napoleonico, alem da chegada de grandes cargas das Indias Orientaes e Occidentaes e do facto de pagar pesados direitos todo o que nao procedia das colonias inglezas, subira nos ultimos tempos no mercado britannico

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