200 DOM JOAO VI NO BRAZIL
De muitas, da maior parte das transformagoes a que an da associado no Brazil o nome de Dom Joao VI e com que ficou assignalada a transferencia da corte portugueza, nao e temerario dizer que foi Linhares o inspirador. Em 1812, guando elle falJeceu aos 56 annos (i) e foi levado para o claustro do convento de Santo Antonio, ja a cidade e a so- ciedade fluminenses apresentavam um aspecto diverso.
Continuava, e claro, o mesmo governo de monarchia paternal, de justi^a mais caseira do que functional, de arbi- trio institutional que era para todos tyrannico no sentido etymologico da palavra, tradicionalmente extendendo sua munificencia a agricultura, a industria, as sciencias, as ar- tes, poupando aos pobres humilhagoes com as leis sumptua- rias, cevando os nobres e ao mesmo tempo escudando o povo contra os abusos dos chatins e as extorsoes dos monopolistas.
��(1) Oarreram sabre a morte de Lrnfaares dLffe rentes versoes, sen-do a mais crwel que fosse ella resultaTite de uma fetor e maligna. Attrilnua-am-n a poa-em alguns a veneno propinado pelos inimigos ^que o minlstro se fizera opponido-se a malyersagoes. Menos verosimil e ainda a bistoria, que tambem se conta, de haver Linhares ingerido ve- netBo aipoz uma desfeiita recebida do Principe Regente, o qual. em dcsaccordo com o sou ministro no tocante aos privilegios da Compa- nhia do Alto Douro pen-rate os favores concedidos pelo tratado de t-om-nicrcio com a Inglntwra, colebrado em 1810, se teria encolerizado ao ponto de descarregar-lhe uma bengalada.
Dom Joao VI nao> era absolutam onte pesso^a para se entPega a violcncias do tal natuvoxa, sobre os fidalgos da sua corto. o vssa historia dev ter-se extraviado dc uma collecgao de casos relatives ao pai do grande Frederico da Prussia, quo era quern oostumava con verter a bemgala em argumento final das suas conversas. A historia da bongalada, por outros contada como tendo sido dada no ministro inglez que por certo mais a provocaria do que o respeita<3or Lmb^ares, entrou comtudo para o cyclo das aneedotas popular ( >s referents Dom Joao VI, entre as quaes primam as de fait a de aceio e ooband Villas nao sao no jrr-ml niais rxrctas da ijiic a ni >r pao-te das impu- tadas a Bocago on a (Juovrdo : s-.pcnas prcvam a popularulade do mo narcha, do repentista e do satyrico.
^tarnrcos so incidentemente se refero ao fallecimento nbares, tendo-se talvez perdido a carta em que noticiava com porme-
.a triste occoirrencia.
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