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318 DOM JOAO VI NO BRAZIL

pela descoberta de uma correspondencia entre o.s Europeus (o partido hespanhol) e a Princeza do Bra/il, te/idente a entregar aquella provincia interior do vice- reinado a Por tugal.

De resto o piano intimo de Linhares nao se via n a- quella occasiao ajudado, nem pelo estado miseravel da fa- zenda publica, que acabava de ser momentaneamente restau- rada com um emprestimo britannico de 600.000 libras es- terlinas (de que existiam adiantamentos) com garantia dos rendimentos da ilha da Madeira e de parte do producto dos monopolios dos diamantes, pau-brazil, marfim e urzela, nem pela lastimavel situacao naval e militar, achando-se os bons elementos empenhados em repellir as aggressoes france- zas, para o que era pouco o melhor dos recursos portuguezes. For isso aconselhava Hippolyto de Londres, por meio do seu periodico, o Principe Regente a organizar primeiro o go- verno interne civil brazileiro, que sem paradoxo o tornaria militarmente muito mais poderoso, para pensar em occupar por forqa das armas as colonias hespanholas que namorava e a que se julgava com direito por parte da Infanta sua consorte, herdeira dos titulos a successao na America da dy- nastia destituida na Europa.

O criterio de Hippolyto em materia de Jmperialismo seria sensato, mas carecia de afoiteza e mesmo de previsao. Outra vez dava elle curso no Correio Braziliense a opiniao de que, si o governo do Rio nutria tengao de extender a sua fronteira sul ate o Prata, poderia fazer concessoes no norte aos Hespanhoes, entregando-lhes os territories alem do Ama- zonas: como si para se tornar o Brazil participe do estuario platino devesse abrir mao do dominio da bacia amazonica, installando cs Castelhanos n uma das margens da grande

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