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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/397

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BOM JOAO VI NO BRAZIL 375

britannica, fazendo-se o Pedro o Eremita da nova cruzada que visava, em vez de conquistar aos infieis o sepulchro do Christo, a conquistar sobre os restantes fieis a supremacia mercantii do globo. Strangford era de tempera a participar da campanha: estava perfeitamente talhado para o seu posto e possuia a consciencia da sua forca, derivada do proprio valor e do valor das circumstancias portuguezas. D elle es- crevfa o ministro americano Sumter, com eloquente laco- nismo, que era " pessoalmente odiado, politicamente temido, respeitado e obedecido (i).

Do Principe Regente dizia o representante dos Estados Unidos, na mesma occasiao, que era pessoa de boas intenqoes e que nao descurava aquillo que se julgava ser o interesse nacional, mas que o seu espirito ductil e opportunista tras- bordava de confianga pela Inglaterra. Nao era, comtudo, tanta a confianqa que o fizesse abdicar da sua personalidade de opinioes. Com mais exactidao descrevia Sumter o estado d alma do ministro Linhares, o qual pelos mesmos racionaes motives pensava de igual maneira. <c E um homem de intelli- gencia, com vistas profundas no que diz respeito a interesses, politica e recursos do seu paiz ; percebendo, porem, que este nao pode sustentar-se isolado e concebendo uma justa idea da ascendencia britannica, ao mesmo tempo reconhecendo que outro qualquer no seu lugar nao faria melhor e poderia fazer peor, estabeleceu uma transacgao entre o seu patrio- tismo e a sua ambigao, e n esta posigao se conserva".

O tratado de 1810 foi franca e inequivocamente favora- vel a Gra Bretanha, si bem que diga o preambulo ter elle por fito "adoptar um systema liberal de commercio, fundado so-

��(1) Carta ao So(>n>t;irio rTKstudo Rol>or1 Smith, de H do S -

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