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454 DOM JOAO VI NO BRAZIL

competia toda livre acgao de ampliar ou restrrngir o que Ihe parecesse conveniente a respeito dos seus interesses, que eram os nacionaes.

O conselho de inquirigao francez, composto dos con- des de Cessac, Hullin e Romilly, foi cruel para o commissa- rio imperial e commandante da fragata franceza, nao exone- rando o chefe da accusaQao contra elle langada, apezar de incendiada a sua casa e pilhado o conteudo d esta, de que se rendera com o f im unico de salvar as suas plantagoes e as suas riquezas. Denunciava-o mais o conselho por haver pro- cedido antes com a maior incuria, nunca tendo visitado se- quer as fronteiras de leste, quando era de esperar um ataque dos Portuguezes ; nao cuidando a serio da defeza, nem mesmo quando soube estar imminente a invasao, e mostrando-se em todo o decorrer da operagao militar culpado da maior negli- gencia c desazo.

Os resultados de conselhos de inquirigao organizados em semelhantes condigoes nada provam de modo conclu sive. Os membros d esse nutriam naturalmente o maior de- sejo de agradar ao omnipotente e altaneiro Imperador, cujo orgulho nao tolerava derrotas ou mesmo simples revezes da sorte, procurando sempre para sua explicagao razoes outras que a insufficiencia militar, geralmente a incapacidade do commandante. Todas as capitulates francezas em tempo de Napoleao foram severamente criticadas e punidas: nao admira portanto que Victor Hugues se visse pelo conselho de guerra condemnado a prisao perpetua.

Os Portuguezes estiveram na posse indisputada da Guyana Franceza ate 1814 e na effectiva ate 1817. Nao tentaram os Francezes rehavel-a pela violencia, comquanro fosse por vezes precaria a situacao dos occupadores, porque

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