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fcj DOM JOAO VI NO BRAZIL

rompia Murat, como lugar tenente imperial, a fronteira hes-

panhola.

No cerebro de Bonaparte entrara a germinar o projecto de collccar em Madrid tambem urn parente, apoz recuar ate o Ebro os limites da Franga. Removia os Pyrineus da mesma, forma que removera o Rheno por meio do reino de Westpha lia, ahi ultrapassando a fronteira natural do grande rio his- torico e alii a das montanhas tradicionalmente hostis, para trasbordar pelas planicies prussiana e hespanhola. O sen an- tigo sonho colonial, que parecera para sempre desfeito com a alienaqao da Louisiania, igualmente se refrescava e tomava novo alento com a perspectiva da acquisicao simultanea de parte das extensas colonias hespanholas, onde n uma d ellas pelo menos, era natural que Liniers sustentasse o rei irancez, o Rei seu compatriota.

Encobrindo por cautela seus verdadeiros designios, ia Napoleao invadindo e occupando a Hespanha, emquanto que fazia aconselhar a Carlos IV e ao principe da Paz a fuga para a America, a imitacjio do astuto exemplo fornecido pela casa reinante de Portugal. O piano n este caso era tao sc- mente o de desmoralisar aos olhos da impulsiva e leal popu- lacao hespanhola a realeza nacional, pois que ordem era dada ao almirante francez em Cadiz para obstar a viagem. Nem podia convir ao Imperador, que tao perfido se mostrava, senao preservar illeso e integro, na sua fidelidade dynastica a distancia, o vastissimo dominio colonial hespanhol, do qual n estas conduces mais facilmente se apossaria pelu f:>rc.a mesmo dos factos consummados um usurpador estrangeii o, do que si tivesse a contrarial-o no proprio terreno t a fra- gmentar, pelo menos, a unidade do Imperio o seu legitimo soberano. Os acontecimentos mostraram depressa COQIO, ape- zar de faltar a animagao da presenca de um principe nacional,

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