930 DOM JOAO VI NO BRAZIL
bom pareceu a El-Rei que n elle persistiu, apenas chamando da Bahia, em Fevereiro de 1818, para a pasta da marinha o conde dos Arcos, novato nos conselhos regies, si bem que veterano da administrate colonial por propria conta.
Relata Palmella ( I ) que a sua chegada ao Rio em 1820, encontrou o governo nas maos d esses dous homens: "urn (Thomaz Antonio) cheio de puras intengoes, mas nao tinha a menor idea do estado de cousas na Europa nem de forma alguma de governo diverso do que existia entre nos desde o ministerio do marquez de Pombal (2) ; o outro (Arcos) dominado de sentimentos cavalheirescos, e tambem de boas intengoes, posto que assaz vagas e indefinidas, nao gozava da confianga d El-Rei."
Thomaz Antonio f icara com ef feito sendo, n esse ministe rio anormal em que Ihe cabiam as pastas do reino, erario, ne- gocios estrangeiros e guerra, o homem de confianga de Dom Joao VI: tao arredado o collega da privanga real e tao alheio aos segredos do gabinete (o que reforga a crenga de que os seus servigos estrenuos da B-ahia resgatavam um pen- samento, pelo menos, de deslealdade) que se nao pejava de perguntar a Maler (3), e isto sem ironia, muito candida- mente ao que quiz parecer ao encarregado de negocios de Sua Magestade Christianissima: "Expliquez-moi, s il vous plait, ce que c <est que la guerre du Rio de la Plata, dont la politique et le but sont aussi enigmatiques pour moi que les mouvemens du general Lecor ? E, depois de repetir
��(1) Introduccao nos DcspacJws c Carlas publieados em 1851 pelo Sr. Reis e Vasconcellos.
(2) Palmella era, como provou no segtiimento da sua vida agi- tada, partidnrio do regimen represeoitativo, d.e uma Carta> todavia ou- torgada pelo soberano e nao ela borada pelo Povo, ao qual sOmente com- potia o uso de uma liberdade moderada.
(3) Officio de 13 de Julho de 1818, no Arch, do Min. dos Neg Est. de Franga.
�� �