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Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/41

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 605

esperar soccorro ou vantagem alguma; que, pelo contrario, iria elle dar-lhe uma licgao logo que houvesse repellido os Portuguezes, e que, caso fosse batido na margem esquerda, se retiraria para a margem direita ( I ) .

Ainda depois de assignada uma convengao entre as auctoridades de Buenos Ayres e os deputados da Banda Oriental, escrevia Maler que a intelligencia entre as duas margens nao passava de macaquices (simagrees) (2). E mister realmente nao esquecer que a ogeriza de Buenos Ay- res contra Artigas foi um factor relevantissimo dos successos que occorreram ate 1821. "Montevideo n a recu et ne re- cevra aucun secours, ajuntava o encarregado de negocios de Franga, et les coriphees du Gouvernement des Provinces Unies desirent avant tout la destruction d Artigas, de son parti, et de son influence."

Buenos Ayres nao se prestava a soccorrer efficazmente Montevideo e apoial-a decididamente em grande parte por- que. Artigas, desejando por fim e reclamando soccorros, con- servava sempre ares de dictar suas condigoes. O auxilio seria concedido do melhor grado si Montevideo annuisse em en- corporar-se ao organismo politico das Provincias Unidas; mas perante suas velleidades persistentes de separacao, Bue nos Ayres preferia esquivar-se, como Ihe aconselhavam ou- tras circumstancias, mandando todas suas forcas disponiveis para os lados do Chile e decidindo a invasao capitaneada por San Martin. O desejo era grande de formar com Montevi deo uma ligacao baseada sobre a autonornia do composto ; porem era tambem grande o resentimento contra o caudi- Iho intratavel, e nao menor a timidez em precipitar, sem

��(1) Corresp. de Maler.

(2) Off. de 20 de Feyereiro de 1817.

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