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1028 DOM JOAO VI NO BRAZIL

assassinate e a forma diaria do espancamento, ambas muito ao salbor da tradigao nacional.

Comegaram os superiores por tomar meias medidas, dis- cursando as tropas, appellando para sua cordura, publicando sentenciosas ordens do dia. Como nada d isto fosse bastante e o mal continuasse e ate se aggravasse, o governador comman- dante das armas, na impossibilidade de arredar permanente- mente os combatentes, tomou a resolugao extrema de mandar apoderar-se e queimar os porretes, instrumentos das aggres- soes, sacu dindo-se suas cinzas no mar ( I ) .

O mais intelligente historiador do Brazil (2) attribue

pela maior parte os attritos a basofia portugueza, do seu renome militar e da sua sciencia profissional, com a qual mal se accommodavam a inexperiencia e a desconfian^a bra- zileiras. Os officiaes do velho Reino desdenhavam dos do novo, negando-lhes foros de camaradas, e o general Vicente Arbues de Oliveira insistia ate de continue na corte para que o accesso aos Brazileiros so fosse concedido ate o posto de capitao, sendo todos os lugares do estado-maior occupados por Portuguezes natos. As cousas chegaram a ponto de haver que adiar indefinidamente as manobras para se nao accom- metterem de verdade e com vontade heroes de Talavera e heroes de Pernambuco, para nao brigarem pes de churnbo e pes de cabra. (3)

As i deas liberaes estimulavam instinctivamente os senti- mentos nativistas, que tinham por forqa que acabar pela sepa- ragao dos dous Reinos, mas cram sem comparagao muito menos hostis a realeza no Brazil do que em Portugal. Pes-

��(1) Officio de (Mater de 4 de Abril de 1818. ( .! > Handelmann, oft. cit. (3) Handelmann, ob. cit.

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