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Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/47

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 611

Julgando possivel uma collisao com a Hespanha, nao acreditava comtudo Maler na probabilidade de uma guerra com as Provincias Unidas, tendo por certa a existencia de uma intelligencia secreta entre a corte brazileira e os mais altos funccionarios de Buenos Ayres. Em abono da sua convicgao, citava por um lado o apoio pelo Congresso de Tucuman da inacgao do director Pueyrredon a respeito do soccorro de Montevideo contra os Portuguezes, e por outro lado a inserc,ao na pallidissima, anodissima e ultra-reservada Gazeta do Rio de Janeiro de dccumentos traduzidos da Gazeta de Buenos Ayres, em que aquella assemblea de dis- colos se appellidava o Soberano Congresso National.

O objective d este, em todo o seu proceder, era nas expressoes de Maler nao desagradar ao governo do Brazil e salvar Pueyrredon do furor popular, pois que o cercava um partido irritado pela approximacao dos Portuguezes. "Congresso e Director entendem-se e por demais convem aos representantes conservarem o Sr. Pueyrredon no cargo para nao fazerem outrosim alguns sacrificios, assim sendo que uns e outros entregaram com prazer Montevideo ao es- tnirgeiro, mau grado o compromisso publico e solemne que tinham tornado de defendel-a" (i).

lam as desconfiangas de Maler ao extremo de consi- derar, e em cada officio para Pariz o repetia como um es- tribilho, Pueyrredon um traidor a causa nacional, um ven- dido a Portugal, quando de facto elle tremia justamente pela preservacao da liberdade de Buenos Ayres. Com este receio de compromettel-a, attrahindo sobre si as iras portu- guezas, e tendo a consciencia de achar-se em casa sobre um vulcao, deixava o director passar niez apoz mez da occupa-

��(1) Off. oit. de 13 de Marco de 1817.

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