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1052 DOM JOAO VI NO BRAZIL

Este era porem um caso de ameaga a independencia portugueza. Com respeito aos seus subditos, sobre que se exercia a sua soberania, que o abbade de Pradt desrespeitosa- mente taxava de itinerants (souverainete voyageuse) , achava o Rei de Portugal e Brazil preferivel, mais decoroso, mais digno .e mais habil, agir livre de suggestoes e de soccorros de

fora: " S. M. se nao determinara a recorrer a meios

extremos e violentos senao quando se achem esgotados todos os de conciliagao, e quando se vejao frustradas as diligencias que intenta praticar para attrahir por concessoens justas, ra- soaveis e compativeis com o decoro e seguranga da sua Real Coroa os animos daquella gente extraviada, nao sendo de esperar de coragoens de Portuguezes hum tal excesso de infidelidade e de ingratidao" (i). Dom Joao VI esta todo elle n estas nobres palavras, de estadista e de homem de coragao.

Elegendo tal norma d>e proceder, o Rei ia mesmo de encontro as ideas do seu conselheiro habitual e habitual- mente escutado, Thomaz Antonio, cujo proj^ecto immediato, ao chegarem ao Rio as noticias da revolugao portugueza, fora obter para combatel-a o auxilio maritimo da Russia que elle acreditava nao Ihe seria negado pelo Czar Alexan- dre, o pacificador da Europa e arbitro dos seus destines no caso de se mallograrem em Londres os esforgos de D. Jose Luiz de Souza (2).

O visconde da Lapa destruio porem logo essa illusao, fazendo ver ao seu chefe a quasi impossibilidade de alcan-

o que se almejava da parte do gabinete de Sao Peters-

��(1) Papei s a vul sos no Arch, do Min. das Rei. Ext.

(2) O sabrinho de Funchal para alii ipassara de Madrid, como ministro, n uma reaffirma($o do favor da familia com que lucrou o oonde de Unbares, filho de D. Rodrigo, d^spachado para Turim.

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