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1090 DOM JOAO VI NO BRAZIL

na orbita do dever. Depois do motim da Bahia reconhecia elle que mais difficil se fizera satisfazer os espiritos irritados pela obstinagao do governo, nao deixando os chefes dos fac- ciosos de imputar ao medo quanto se combinasse e publi- casse, e julgando todos de nada ser devedores a boa vontade de um gabinete que esperava ate o derradeiro momento para realizar qualquer concessao.

Thomaz Antonio nao era alias o ultimo em admittir nos seus memoranda ao Rei, que "cada dia vai sendo peor, e a demora a fazer desconfianga." Na Bahia, segundo infor- mava o consul respectivo, a Junta cuidara sem demora de augmentar e equiparar o soldo das tropas, nao Ihe faltando recursos para isso porque de todos os lados Ih os offereciam. "Sao verdadeiros donativos voluntarios, activam-se os con certos de varias embarcagoes de guerra que se acham no nosso porto, para tudo ha dinheiro."

O motim fluminense de 26 de Fevereiro, que se seguio poucos dias a divulgagao do bahiano, apresenta um duplo trago - - brazileiro e portuguez - - mas foi nos seus intuitos restrictos muito mais portuguez do que brazileiro. Motim militar, promoveu-o comtudo no saboroso ! dizer de uma carta do tempo ( I ) , a caixeirada que se nutre com a leitura dos fo- Ihetos de Londres. "O povo, commentava o correspondente, ficou alegre com a mudanca dos empregados publicos, e estou certo que nenhumas promessas o teriao satisfeito, huma vez que nao principiasse por depor Thomaz Antonio, Targini, Paulo Fernandes, etc. Entrou n esta deposicao o Sr. conde de Palmella unico de todos que tern feito a sua obrigaqao, mas com o qual estavao descontentes por isso que nao despa-

��(1) < ar1a de .lose da Silva Arras ao conde do Funcbal, cm IT de Margo de 1821. Lata 10 da Coll. Linliares, na Bibl. Nac.

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