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Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/65

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 629

da monarchia portu^ueza. O equilibrio da Peninsula fica- ria assim desmanchr.do e o vigor da Hespanha quica renas- ceria, resultados tao contraries a politica britannica, essa uniao e este fortalecimento da monarchia castelhana, que sempre Ihe provocariam os ciumes. E sabido coiro, para nao perder sua influencia em Madrid, hostilizou o gabi- nete de Saint James em tempo de Luiz Felippe os celeb-res casamentos hespanhoes que ajudariam a expansao franceza, economica e politica, alem dos Pyreneus, e consummariam a intima allianca das duas nagoes latinas urdida por Luiz XIV.

Os acontecimentos dynasticos nem sempre actuarn e dirigem porem os acontecimentos politicos. A expedigao portugueza ao Rio da Prata, contra a qual nada poude a nova allianga de familia, lograria porventura ser vanta- josa as pretengoes restauradoras da Hespanha na America do Sul, cooperando para a primitiva unidade colonial com ex- tinguir o fcco de anarchia que se alastrava por Entre-Rios e Corrientes para attingir o Parana, e d est arte alimentava nao pouco o espirito de desuniao predominante em Buenos Ayr 63.

A expedicjio nao era todavia emprehendida senao em beneficio das velhas ambigoes portuguezas de integragao do Brazil e, mais do que com quaesquer designios que, mesmo benevolos, nao podiam ser duradouros, da Hespanha, con- tava com o cangago no proprio Uruguay, onde nao pouca gente, farta de vexames oriundos da rebelliao d C contraban- distas e patriotas que ja degenerara em razzias de bandidos, aspirava e de antemao estava com nao importa que solugao que trouxesse a pacificagao. E, segundo testemunhava Luc- cock em 1818, a acgao brazileira foi salutar mesmo sobre

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