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Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/67

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 631

crificios, dissabores e luctas custara ao governo de Lisboa e ia custar ao do Rio de Janeiro.

Quando nao partisse mais da Hespanha, a opposigao partiria de Buenos Ayres. O governo das Provincias Unidas detestava no intimo a occupagao estrangeira tao ao pe da porta que ja Ihe entrara em casa, por territorio que de bom direito julgava pertencer ao seu composto organico. Nao se reconciliava, mau grado as apparencias impostas pela ne~ cessidade, com a idea d essa invasao, por mais que o certifi- cassem que as pretengoes portuguezas a annexagao de boa fe paravam no Uruguay e nao se extendiam ate o Parana, e por mais que se desculpasse a corte do Rio com a impreterivel urgencia da defeza contra a propaganda revolucionaria e a invasao aleivosa, sendo tornados, ate se liquidar a situagao da regiao, os pontos d onde Artigas podia molestar o Brazil.

Nem se podia ainda Buenos Ayres resolver, como depois teve de fazel-o, a reconhecer em absoluto a independencia d aquelle outro fragmento do seu previo vice-reinado. Pun- gia o seu governo a recordagao do que succedera cinco annos antes, quando em 1811, levantado o sitio de Montevideo diante da marcha das forgas portuguezas de D. Diogo de Souza e concluido com o commando da prac.a o armisticio que paralysou a accao do auxilio estrangeiro, o triumvirate executivo (cessara, com esta reduc^ao de pessoal, o contrapeso incommodo dos deputados provinciaes que tinham formado a Junta conservadora) encarregara Belgrano e Echevarria de concluirem a paz com o Paraguay, admittindo sua auto- nomia. Em vao esperara, porem, Buenos Ayres que em troca de semelhante concessao, obtida sem condi^oes pela summa habilidade de Francia, vogal da junta local, o novo governo do Paraguay ajudasse a causa commum, atacando de flanco

D. J. 40

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