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632 DOM JOAO VI NO BRAZIL

os dominios de Dom Joao VI, ou creando pelo menos uma diversao directa a attitude das tropas portuguezas que ti- nham invadido o territorio uruguayo ( I ) .

Nada consta entretanto de intelligencias entre as cortes de Madrid e do Rio de Janeiro, segundo as insinuavam as gazetas inglezas do tempo, as suggeriam as proclamagoes instruidas pelo governo portuguez aos seus generaes e as enxerga possiveis a critica distante dos acontecimentos, ao examinar todos os aspectos da questao. O que consta sao os passes officialmente dados pelo gabinete de Fernando VII, que dizem ter estado quasi disposto a recambiar por desforc.0 as duas Infantas portuguezas, junto as cortes das cinco grandes potencias para protestar solemnemente contra a oc- cupagao de parte das suas possessoes no Rio da Prata e pedir o apoio d ellas, como medianeiras, contra tao immoral ag- gressao.

Foi o empenho em satisfazer esta exigencia, conside- rada justissima, da Hespanha, evitando ao mesmo tempo um rompimento que possivelmente da sua repercussao na Pe ninsula se propagaria a outros pontos da Europa de facil conflagragao, que determinou a nota ao marquez de Aguiar de 1 6 de Margo de 1817, assignada em Pariz por Vincent, Richelieu, Stuart, Goltz e Pozzo di Borgo. As potencias representadas por estes homens d Estado ou diplomatas- Austria, Franga, Inglaterra, Prussia Russia , acceitando o papel de medianeiras, pediam explicagoes ao governo por tuguez sobre suas vistas e convidavam-no a tomar as medidas mais promptas e proprias para desvanecer as justas appre- hensoes que a invasao em questao estava causando na ropa.

��(1) Mitre, HM. de Belgmno, tomo II.

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