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636 DOM JOAO VI NO BRAZIL

liberdade de commcrcio que esperava alcancar como uma das recompensas, porventura a melhor, da sua efficaz co- operagao militar contra a invasao napoleonica.

O gabinete de Saint James reprovou a primeira tenta- tiva de intervengao portugueza no Rio da Prata em 1811, e nao reprovou menos o segundo ensaio de 1816. Pelo con- trario, apezar de desenhar-se de novo claramente a espe- ranga de uma final libertagao das colonias sublevadas e dos interesses do commercio britannico ja se irem radicando com a franquia mercantil na pratica, a tentativa de reacgao da metropole hespanhola encontrava em 1817 um certo echo no mundo politico britannico.

A volta do dominio hespanhol, com todos os seus ve- Ihos processes, significava comtudo o restabelecimento dos monopolios, infenso ao trafico auspiciosamente encetado. Po dia nao se ter ainda crystallizado a politica ulterior de Can ning, opposta a ingerencia das outras nagoes no conflicto por julgal-a attentatoria dos interesses politicos nacionaes, mas ja ella se esbocava pela forga dos eventos, superior a dos propositos. A neutralidade a principio affectada termina- ria a breve trecho pela intervengao franca e parcial em prol das novas nacionalidades, bastando para isto que a Gra Bretanha se separasse da Santa Allianca.

Os Estados Unidos percebiam perfeitamente a fatali- dade d essa evolugao. O Secretario d Estado John Quincy Adams assim se manifestava ao ministro no Brazil Thomas Sumter (i): "Pouca duvida ha de que a verdadeira po litica da Gra Bretanha esteja em promover a causa dos In- dependentes, e si bem que os nao ajudara por meio de um

��(1) Despaicho de 21 de Agosto de 1818, no Arcb, da Embaisada Americana BO Brazil,

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