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DOM JOAO VI NO BRAZIL 657

procurado cinco vezes, mesmo porque nao podia louvar-se de algumas respostas que recebera, ainda o nao conseguira ver.

Pelo contrario o representante francez via com fre- quencia Dom Joao VI, que sempre o acolhia com muita bon- dade e que, mostrando invariavelmente nas suas conversa- goes desconfiar do gabinete de Madrid, dos soldados hespa- nhoes e da possibilidade de Fernando VII recobrar suas possessoes, nao menos invariavelmente se mostrava incli- nado a .nao abrir mao da B>anda Oriental, mostrando tao somente receio de ter que vir a brigar com Buenos Ayres, com cujo governo queria viver em perfeita paz (i).

Tanto menos devia o governo portuguez fraquear diante das ameagas de mediagao, local ou distante, quanto a attitude assumida ipelas grandes potencias da Europa na questao do Rio da Prata causara grande sensagao em Buenos Ayres. Director, Congresso e funccionarios publicos no geral tinham recebido a noticia, ao que se dizia com pezar; com sentimento hostil o povo, pois que mediagao em taes condi- goes quasi equivalia a intervengao. Alias a chegada das novas do promettido auxilio russo a Hespanha, mandou o director que toda a populagao se exercesse o mais activa- mente no manejo das armas e se entregasse a evolugoes mi- litares, de sorte que a cidade se converteu n um acampamento.

Uma humilhagao imposta a Portugal podia outrosim dar occasiao a uma mudanga nas disposigoes que para com o gabinete do Rio mostrava Pueyrredon, "cuja auctoridade entao se firmava e consolidava, tornando-se cada dia mais difficil derrubal-o e supplantal-o, trabalhando elle muito e

��(1) Co"resp. de Maler, no Arch. (Jo Min. dos Neg. Est. de Franca.

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