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Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/95

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 659

da legitimidade eram pelas circumstancias considerados os peores inimigos do soberano legitimo de Portugal e Brazil. Uma carta recebida de Montevideo por Maler e annexada a sua correspondencia official denunciava por esse tempo as muitas. arbitrariedades, violencias e mesmo aggressoes, com- mettidas pelos Portuguezes contra os Fernandtstas. Para ar- raigar a occupagao, as terras da coroa hespanhola eram, ao eontrario, livremente distribuidas pelos uruguayos que re- negavam o partido de Artigas, e pelos soldados portuguezes e subditos brazileiros que tinham ido no encalc,o da inva- sao (i).

Nao admira que em condicoes taes fossem constantes as trocas de cortezias entre o Rio e Buenos Ayres, sendo ate pelo governo portuguez mandados admittir em Monte video os navios portenhos ostentando o pavilhao rebelde. Este estado d-e equilibrio affective era no emtanto instavel e com muita razao observava Maler que a morte mesma de Artigas, ainda que livrando o Brazil de urn inimigo poderoso, nao simplificaria a situagao, antes a difficultaria, approxi- mando as populagoes irmas das duas margens do Prata, que urn mal entendido politico separava sem ser ainda definitiva a scisao, e dando origem a uma perigosa rivalidade internacio- nal que, entre outras razoes, a anarchia produzida pelo cau- dilho sustava naquella occasiao e impedia de aggravar-se.

Os acontecimentos vieram a provar que o encarregado de negocios de Franga se nao enganava nas suas apreciac,6es : depois de desapparecido o obice de Artigas e de consolidada a independencia argentina, foi que a questao de Montevideo se envenenou, conduzindo a guerra de 1825. Nem sequer tar- dou muito que as boas disposigoes argentinas, tao apregoadas,

��(1) Ilandelmann, QescMohte von Bra&iU&n.

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