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ECHOS
Torrentes de poesia,
De suave melodia,
Das cordas d’ella derramas,
Descrevendo os attractivos
De olhos negros, expressivos,
D’esses olhos que tu amas;
D’esses olhos, que de amores
Dizem tão lindos primores,
Fallam com tanta paixão;
As vezes quêdos brilhando;
Outras vezes abrasando,
Qual incendido vulcão!
Esse teu canto gentil
Tenho lido vezes mil,
Vezes mil tem-me encantado;
E bem feliz me sentira,
Si, como tu, possuira
Ingenho tão elevado.
Si ouvisse Deus minha préce,
Si conceder-me quizesse
Um ingenho igual ao teu,