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Página:Eneida Brazileira.djvu/187

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Poucos, filhos dos deuses, o alcançaram:
Medeia um bosque, e sinuoso em tôrno
Enfuscado o Cocyto a espriguiçar-se.
Mas vezes duas se tranar a Estyge
140E a lobrega morada vêr cubiças,
Se tanto folgas do ímprobo trabalho,
Ouve e á risca o executa. Arvore opaca,
Dicado á inferna Juno, occulta um ramo
N’haste e nas folhas aureo: em valle umbroso
145O encobre e fecha a denegrida selva.
Sem que destronque o aurícomo rebento,
No Orco ninguem se interna: he dom que exige
E instituiu Prosérpina formosa.
Um fóra, brota o novo, e do luzente
150Metal frondesce a vara. Em alto a mira,
Indaga, e achando respeitoso o apanhes;
Que, a te ser destinado, elle espontaneo
Logo te cederá; senão, com fôrça
Nem duro ferro poderás sacal-o.
155Porêm, desta consulta emquanto pendes,
Ai! mal sabes que as naus te incesta agora
De amigo exanime o feral cadaver:
No sepulcro o aposenta; em negras rezes
Encete a expiação. He como aos vivos
160O ínvio reino sombrio e estygios lucos
Has de avistar.» Calou-se, e os labios cerra.
De olhos fixos, tristonho, eventos cegos
A cogitar, a gruta Enéas larga:
Trilhando-lhe a pégada, o fido Achates
165Volve iguaes pensamentos. Sôbre o socio
Que, ao dizer da Sibylla, enterrar devem,
Travam conversação comprida e vária;
Té que a Miseno vêm de indigna morte
Jazer em sêcco; o Eólides Miseno,
170Sem superior com bronze alticanoro