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Página:Eneida Brazileira.djvu/200

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Qual, sentada ao vestibulo, o vigia
Medonha catadura? pois mais seva
Cincoenta atras guelas hydra enorme
Dentro arreganha; e o Tartaro em despenho
595Se abysma, o dôbro do que a vista abrange
Desde baixo ao luzente Olympo ethereo.
Lá fulminados os Titães mancebos,
Filhos da Terra, nas profundas rolam.
Vi de gigante corpo os dous Aloidas,
600Que, o céo mesmo escalando, acometteram
Derribar do seu throno o rei supremo.
Vi Salmoneu penando, que o sonido
E os fuzis do Tonante arremedara:
Tocha a brandir, em carro de dous tiros,
605Por Elide ia ovante, e á fôrça os povos
O adoravam por deus; com o estrupido
Dos cornípedes nescio em erea ponte
Trovões fingia e o fogo inimitavel:
Jupiter, fachos não, não fúmeas tedas,
610Sim contorce um corisco d’entre as nuvens,
E em turbilhão sulphureo o precipita.
Tambem da mãe commum o alumno Tycio
Por geiras nove, oh pasmo! estira os membros:
Roe-lhe abutre cruel de bico adunco
615O figado immortal; e, esquadrinhando
Para o supplício as visceras fecundas,
A fome ceva, no âmago se encarna;
De renascer as fibras não descansam.
Dos Lapithas, Ixion, de Pirithôo
620Que direi, sôbre os quaes já já desaba
Atra imminente rocha? Ante elles brilham
Em leitos geniaes pilares de ouro,
Banquetes regios de exquisito luxo:
Perto encostada, a principal das Furias
625Attingir lhes prohibe as iguarias,