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Página:Eneida Brazileira.djvu/223

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De Apollo he mando expresso a fonte sacra
Buscarmos do Numíco[1] e o tusco Tibre.
Da passada fortuna acceita uns restos,
Salvos de Ilio incendida: o padre Anchises
245Libava por este ouro ante os altares;
Ao legislar aos congregados povos,
Eis de Priamo o sceptro, eis a teara,
Eis, das Phrygias trabalho, as vestiduras.»
A vozes taes, Latino o rosto abaixa,
250Quedo olhos volve attento: nem priâmeo
Sceptro ou bordada purpura o commove,
Quanto o consorcio e thalamo da filha;
E de Fauno medita os vaticinios:
Que este o fadado genro he peregrino,
255Trazido ao reino por iguaes auspicios,
Cuja illustre progenie valerosa
Pujante occupe o ambito do mundo.
«O céo nossos começos, clama alegre,
E agouros seus prospere! O desejado
260Haverás, Teucro. Os dons não menosprézo;
Nem, reinando Latino, agro ubertoso
Ou troiana opulencia ha de faltar-vos.
Se Enéas tanto a mim ligar-se anhela,
Venha, hóspede me seja; nem do amigo
265Tema o aspecto: em abono da alliança
Do monarca fiel me sobra a dextra.
Tenho uma filha (dai-lhe este recado)
Que unir-se a algum dos nossos mil prodigios,
Do adyto patrio as sortes, não consentem:
270Varões de longe, no paiz estantes,
Exalçarão seu sangue e o nosso nome.
Se a mente bem atina, e he, como creio,
Elle o genro fatal, gostoso o adopto.»
Cessa; e escolhidos em corséis trezentos,
275Os mais nedios que tinha ás mangedouras,

  1. No verso 151, esta palavra aparece sem acento.