Página:Eneida Brazileira.djvu/224

Wikisource, a biblioteca livre

Um alípede offerta a cada Phrygio,
De ostro e matiz lustroso acobertados:
Aos peitos lhes cahindo aureas colleiras,
De ouro os arreios tem, fulvo ouro tascam.
280Um coche a Enéas manda, e exhala o tiro,
Do ether semente, pelas ventas fogo;
Casta que ao pae furtou dedalia Circe,
De submettida mãe bastardas crias.
Com taes dons, a cavallo os enviados,
285Portadores de paz, contentes voltam.
Eis que de Argos inachia parte a seva
De Jove espôsa; e avista lá dos ares,
Desde o Pachyno sículo, os Troianos
E ovante Enéas, já desembarcados,
290Na terra a edificar, seguros della.
De ancia pára; e, a cabeça meneando,
Queixumes derramou do afflicto peito:
«Raça infanda! ao meu fado avesso fado!
Ah! nas campinas do Sigeu poderam
295Succumbir? ser tomados, ser captivos?
Por ventura abrazada os queimou Troia?
Franca via entre o ferro e o fogo acharam.
Lasso, eu cuido, a final meu nume cede;
Saciada afrouxei, depuz meus odios...
300Como! ousei contrastal-os no destêrro,
No undoso ponto os persegui fugidos:
Esgotei mar e céo para vingar-me.
Syrtes, Charybdes, Scylla, que prestaram?
Do pelago e de mim zombam no gremio
305Do caro Tibre. Os Lapythas gigantes
Marte acabou; rendeu-se a Calydonia
De Phebe ás iras: para um tal castigo
Lapythas, Calydonia, em que peccaram?
Quil-o assim meu consorte; e a mim raínha,
310Que meios não poupei, que emprehendi tudo,