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Página:Eneida Brazileira.djvu/258

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De cá se vendo, no profundo abysmo,
Da luz diffusa a trepidar os manes.
Do subito clarão se assusta o bruto,
A urrar disforme, na caverna preso;
245De cima o ataca o deus, atira o que acha,
Calhas e galgas e lascados ramos.
Elle, oh monstro! não tendo outro refúgio,
Rouba-se á vista, a jacular das fauces
Tetro vapor; em cega nevoa baça
250Involve a gruta, e mescla a luz e as trevas,
A fumífera noite agglomerando.
Não o supporta Alcides, e de um pulo
Se arroja onde corisca e ondêa o fumo,
E em caligem mais basta a cóva estúa.
255No incendio vão que expira agarra a Caco,
O estreita e afoga, e lhe esbugalha os olhos,
Sêcco na guela o sangue. Arranca as portas,
O antro escancara escuro; os bois e os furtos
Abjurados ao claro patentêa.
260O corpo informe pelos pés arrastam:
Ninguem do semiféro a catadura
De olhar se cansa, e os peitos sedeúdos,
E na garganta os apagados fogos.
D’então ledos o dia celebrâmos;
265Primeiro o fez Poticio, e a consagrada
Pinaria tribu ergueu no bosque est’ara,
Chamada sempre maxima, e que sempre
Maxima nos será. Mancebos, eia,
Brindai-me a nobre acção, de dextra em dextra
270Os copos a gyrar, frondosa a coma,
Commum deus o invocai, bebei contentes.»
Presto as cãs lhe entretece e enfolha o choupo
De sombra herculea, bicolor pendendo;
Sagrado scypho empunha. Alegres todos
275Em roda libam, deprecando os numes.