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Página:Eneida Brazileira.djvu/260

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Lançou da celsa Roma, então começa:
«Indígenas moravam nestas matas
Faunos e nymphas, e homens raça dura
Dos robles; que nem bois jungir sabiam,
315Adquerir, nem poupar, sem lei, sem culto;
Montez caça os mantinha e agrestes frutas.
De Jupiter fugindo, aqui Saturno
Do Olympo veio, expulso do seu throno.
Selvagem povo indocil ajuntando,
320Legislou, chamou Lacio a plaga antiga,
Onde um latente couto deparara.
No célebre reinou seculo de ouro,
De justiça e de paz; mas pouco a pouco
Em peior descorou-se a idade nossa,
325Raiva bellaz surgindo e atroz cubiça.
De Ausonios e Sicanos invadida,
Variou de nomes a saturnia terra:
De um seu rei, Tibre aspérrimo gigante,
O Albula velho appellidou-se Tibre.
330Cá nos confins do pégo, expatriado,
A omnipotente sorte ineluctavel,
De minha mãe Carmenta o serio aviso
E Apollo inspirador, me deposeram.»
Progredindo, elle mostra o altar e a porta
335Que se intitula Carmental em Roma,
Por memoria da nympha que primeiro
Fatídica os Enéadas sublimes
E o brilho pallanteu vaticinara;
Mostra a mata em que asylo abriu Quirino
340Sagaz, e o Lupercal, gélida gruta
De Pan lyceu, vocabulo parrhasio;
Mostra o Argileto bosque, e attesta e narra
De Argos hóspede a morte merecida.
Dalli guia ao Tarpeio, ao Capitolio,
345Hoje aureo, outrora de urzes erriçado.