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Página:Eneida Brazileira.djvu/291

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Ou, pae supremo, um raio teu me abysme,
Por compaixão, no Tartaro maldito,
Já que a dôr não me atalha a infausta vida.»
Tudo geme, e o lamento conturbados
490Os corações consterna e os entorpece:
Poisque o lucto accendia, ao mando e aviso
De Ilioneu e de Ascanio lagrimoso,
Ideu e Actor em braços a recolhem.
Medonho ereo clangor reboa ao longe,
495A grita se une á tuba, e o céo remuge.
Conchada a manta, os Volscos se aforçuram
A entulhar fossos, a arrombar tranqueiras;
Taes insistem na brecha ou na escalada,
Por onde a guarnição ralêa e em pinha
500Menos densa entreluz. Com duros fustes,
Com omnígeno tiro os defensores,
A longo assédio afeitos, os repellem;
Pesadas galgam pedras, porque rompam
A espessa manta, a cujo abrigo o choque
505Os de fóra sustêm: mas já não podem;
Que, onde o grosso adensava-se, o inimigo
Volve impetuosa mole, que os esmaga
E a testudem separa: em cego marte
Não pugnam mais; intrepidos a dardos
510Lançar porfiam da estacada os Phrygios.
D’alêm, torvo e feroz, Mezencio o etrusco
Pinho e brandões fumíferos sacode;
De frisões domador, neptunia prole,
Vallos destroe Messapo e escadas pede.
515Agora tu, Caliope, me ensina;
Lembrai, narrai-me, ó deusas da memoria,
Que ruína e pranto fez de Turno o ferro,
Por quem foi cada qual mettido no Orco;
Desdobrai-me as da guerra ingentes orlas.
520Tôrre altaneira havia e de arduas pontes