Página:Eneida Brazileira.djvu/376

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A Cupenco seus deuses resguardaram:
De encontro o peito ao ferro, ah! nada embarga
O ereo broquel. Tambem laurentes agros
Viram-te, Eolo, vasto chão cobrindo:
525Morres tu, que as phalanges não poderam
Grajugenas prostrar, nem do priâmeo
Reino o eversor Achilles: no Ida excelsas,
Excelsas casas em Lyrnesso tinhas;
Tens a méta em Laurento e a sepultura.
530Tudo he baralha, os Teucros, os Latinos,
Briga tudo; Mnestheu, Seresto bravo,
E o picador Messapo e o duro Asylas,
Alas de Evandro e batalhões toscanos:
Com summo esfôrço cada qual porfia;
535Larga, incessante, encrua-se a batalha.
Aqui Venus formosa inspira ao filho
Que assalte os muros, e a Laurento oppressa
Com mortandade subita consterne.
Elle, que, a Turno investigando, os lumes
540Deita em redor, quieta e impune avista
A perfida muralha; e em marte acceso
Traça plano maior. Mnestheu, Sergesto,
Seresto forte chama; e n’um outeiro,
Onde reune os seus de escudo e lança,
545Do alto brada: «Obedeçam-me de prompto;
Jupiter he por nós, executai-me
Não frouxos o repente. Hoje a cidade,
Causa do mal, e de Latino os reinos,
Se o freio me refusam não submissos,
550Destruo, assolo os tectos fumegantes.
Esperarei que a Turno já vencido
A justa apraza? Da nefanda guerra
Eis, cidadãos, a summa, eis o remate:
Sus, reclame-se o pacto a ferro e fogo.»
555Dice; e, formando em cuneo a densa mole,