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tadointeressante, e sua filha excelsa, a rainha de Portugal, na madrugada do dia 7 de Abril de 1838, para a não ingleza « Warspite » surta nas aguas da grande bahia do Rio de Janeiro, sendo acompanhado por alguns fieis servidores, entre os quaes achava-se José Maria Velho da Silva que, depois de beijar as mãos do seu magnanimo ex-soberano, regressou á sua casa com o coração opprimido de saudades.

Durante os dias em que o ex-imperador permaneceu na bahia, á vista da capital do imperio, o leal servidor, com risco imminente de vida, encaminhava-se desde o cães da Gloria, onde tinha estacionado um escaler da sua propriedade, para bordo do baixel, onde trabalhava diariamente por muitas horas até alta noite com S. M. I., pondo em ordem os negocios particulares do mesmo Ínclito principe.

Foi n'estes entrementes— quando o sossobro, a precipitacão, o estado anomalo das cousas e a incerteza do fim quepoderia ter o designio que estava meditando o príncipe para consolidar o throno da sua excelsa filha, de que injustamente apossára-se seu tio Dom Miguel,— que José Maria Velho da Silva teve a ventura de fazer patente a seu ex-imperador que tinha n'elle um servidor dedicado e digno da sua amizade.

Não mencionaremos as pessoas ; porque não é esta a missão d'um historiador; mas sim que diremos que José Maria salvou das garras d'um especulador de má fé a fortuna particular do Sr. Dom Pedro, duque de Bragança.

Se for necessario corroborar o nosso asserto com a autoridade d'uma pessoa augusta, e de outra altamente collocada, não duvidaríamos em invocar o nome de S. M. a imperatriz viuva do Brasil, e o de outro amigo de Dom Perdro I, o Sr. Samuel Philipps, banqueiro de Londres, e