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Página:Eu (Augusto dos Anjos, 1912).djvu/127

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Tristesas de um
Quarto Minguante

 

Quarto-Minguante! E, embora a lua o aclare,
Este Engenho Pau d’Arco é muito triste.
Nos engenhos da varzea não existe
Talvez um outro que se lhe equipare!

Do observatorio em que eu estou situado
A lua magra, quando a noite cresce,
Vista, atravéz do vidro azul, parece
Um parallelipipedo quebrado!

O somno esmaga o encéphalo do povo.
Tenho 3OO kilos no epigastro.
Dóe-me a cabeça. Agora a cara do astro
Lembra a metade de uma casca de ovo.

Diabo! não ser mais tempo de milagre!
Para que esta oppressão desappareça
Vou amarrar um panno na cabeça,
Molhar a minha fronte com vinagre.