— E as rosas? — foram as suas primeiras palavras.
— Vivem... São immortaes...— respondeu elle.
— Em sarcophagos? — indagou ella,
— Não, em um poema...
— Que delicia ser-se as rosas de um poeta — pronunciou Ladice, unindo as mãos. — Com certeza cantou-lhes a belleza que se foi; as penumbras das tres irmãs mortas em uma cintura; o destino bemdito que as roubou a um fim vulgar e triste...
— Ah! Eternizei-lhos o trespasse unico; o sacrificio do seu frescor, da sua altivez, do sem viço, por alguns momentos de gozo, de prazer, de volupia silenciosa... Como é mugnifico o desejo das Rosas... — acerescentou elle sério.
— E´ desejo feminino... E´ a abnegação total — observou Ladice, orgulhosa.
— A abnegação, afinal, é o estrangulamento de todas as violencias... Nós, homens, tambem a temos para quem amamos. Não é mesmo Doutor? — disse elle dirigindo-se a Francisco.
— Sim; mas são raros os que chegam até este ponto — replicou o Sr. de Assis.
— De ordinario o homem recebe o que lhe offerecem, e satisfaz-se com isso — accrescentou o outro.
— Mas, o Senhor não é assim? Interrogou-o abrupta a Senhora de Assis.
— Sou uma excepção — suspirou elle.
— E eu Dr. sou a ambição que sóbe, a ambição que desce...
O atticismo de Ladice, o movimento de suas