nos botões em eclosão... E´ o privilegio, Doutor, da juventude, que, quando morre, só morre a meio...
— Na verdade é o triumpho esplendido da juventude; mas, é preciso viver mais, muito mais ainda, para que elle tenha todos os esplendores... — Os olhos do Poeta fixaram-se em as curvas finas dos hombros da Senhora de Assis.
— Queira cumprir a sya promessa, recite-me poesias suas — implorou Ladice.
— Oiça, “Volupia de Rosas”.
Theophilo n´essas estrophes cantava-lhes as volupias multiplas: pelo azul, pelas sombras, pela luz, pelo fragor faminto dos insectos, exaltando, porém, a mais terrivel e cruel de todas, a sua volupia fatal, mortifera, a sua volupia pela carnação feminina...
Ladice com os cotovellos fincados nos joelhos, escutava:
— E´ bem o poeta da emoção: as suas rosas são seres sensiveis... São eu mesma.. Ajuntou ella baixo para si vaidosa, estarrecida.
— Ellas me trouxeram os seus gestos mysteriosos, e os seus extrêmos... São a Senhora mesma... — E elle levantou-se.
A Senhora de Assis acompanhou-o até a porta. Ao apertar-lhe a mão sentiu uma ternura extraordinaria invadir-lhe em massa o corpo. A sua alma se offerecia ao vare bem amado, como um bouquet olhando-lhe em os olhos, disse-lhe:
— Venha amanhã, á noite. Recebo; encontrará bôa prosa...
Retendo-lhe a mão, Theophilo respondeu-lhe: