paduas largas, vestido de comprido sobretudo; nada mais vi.
Annunciaram Theophilo Fernão de Almeida, em visita ao meu primo João, que está em casa, convalescendo de grave molestia.
Tomei o cartão e levei-o rapidamente aos labios. Senti o alvoroço de uma Ascenção gloriosa; eclosões de consciencias, firmando-se, surgindo em tropel, explodindo nesse beijo interminavel...
Debalde tentei, como Tasso, reter a desordem de meu coração...
Entrou e curvou-se deante de mim. Tive a impressão de ter aos pés a homenagem do Sol. Quando lhe apertei a mão, todo o meu sêr me rozeava “amo-te ha muito”... Nada lhe disse. As palavras me morriam na garganta, e o rubor do embaraço me cobria a face. Dir-se-ia que minha vida fugira para os meus olhos, que se immobilizaram nos seus traços com a curiosidade pertinaz, incommoda, das coisas que se não movem...
A sua voz era cantante; elle falava com calor, vivacidade; embora mostrasse na retina sombras, fórmas apagadas. Com certeza, as maguas de seu casamento contrariado.
A minha alma se transformava em lirios, que se estiravam para o Poeta, como bôcas orando.
Senti uma necessidade incoercivel de ser planta rasteira, chão, flôr atirada, areia, para sentir sobre mim os seus pés, a sua superioridade.
Os meus pulsos queriam extender-se para elle e