Thêo, o meu coração irá em pós de ti, sempre, como uma palavra bemdita, uma sombra esperta, uma protecção, um riso do céo...
Tiram-te de mim, mas a minha paixão não quer pausa: serás o meu mysticismo, a minha reverencia pagã, o loto muravilhoso, que me cobrirá integral.
O mais alto obstaculo se levantou entre nós; tu me deves ser, de hoje em deante, uma pessoa sagrada, assim diz a religião, assim me diz a razão... Mas, apesar de mim, amo-te, e tenho todos os mãos pensamentos...
— Deus Providencia, bons Santos, protegei-me, saneai-me a consciencia, dai-me purezas de lirios, de sudarios novos; dôr de remorsos, intenções immaculadas...
Oh! amor infeliz, cercêas-me a felicidade maxima, ennovelas-me a alma de tristezas, que nem o tempo, nem cutros amores, conseguirão jamais apagal-as.
Serei a Nymphéa, a viver á tona d'agua, sem raizes, sem filamentos...
Chorarei o pranto amarga de Isis.
Sobre o meu sorriso traçarei o signal negro da morte.
A minha alma é um areal ardente, é uma fraga violacea, encharenda de sol: Nenhum ruido de gesto alheio, nenhuma vibração de vida estranha...
Nunca mais serei tua... Oh! que horror!
Às minhas mãos te beijam.
LADICE.
P. S. — Theophilo, ainda tenho em os olhos os teus olhares lentos.”