bom que procure os deputados de sua província.
— Qual, sr. doutor. São uns ingratos; já estou escarmentado deles. Não viu este que saía quando entrei? Depois que se encarrapitou, faz que não conhece a gente. Não gosto de falar... Mas se não fosse eu, ele não estaria hoje - senhor deputado!
— Trabalhou a favor de sua candidatura?
O sacristão olhou-me com um sublime gesto de modéstia:
— Fui eu que derrubei o ministério passado.
— Ah!...
O Sr. Beltrão tinha em um saguão ministerial travado conhecimento com o correio do ex-presidente do conselho, que lhe referiu a verdade verdadeira a respeito da queda do último ministério.
— Ora, concluiu ele; quem meteu o capitão-mor na dança fui eu..
— Então ele não perdeu a cabeleira na igreja?
— Qual cabeleira, sr. doutor. Aqueles cacarecos velhos estavam escondidos numa caixa do defunto vigário, que a tinha metido no armário da sacristia. Eu é que arranje: a tramóia com o escrivão.
— Pois Sr. Beltrão, já vejo que há de ser bem sucedido em sua pretensão. Um homem de seu talento deve ir longe.
Foi-se afinal o sacristão. Tornando ao gabinete, depois de uma manhã perdida, deu-me a curiosidade de examinar as antigualhas do embrulho, antes de mandá-las para o lixo. O rolo