diriam de cavaleiro, pelo tinido das esporas batidas nas pedras soltas que lastravam o chão.
Quem era desceu rua abaixo, com o andar rápido, mas parando a trechos, tanto para verificar se porventura o espreitavam como para orientar-se no meio da escuridão.
Chegado ao princípio do muro de taipa, que fechava o quintal da casa de André de Figueiredo, o desconhecido redobrou de precaução até alcançar um ponto em que a copa frondosa do arvoredo, reclinando para a rua, tornava a escuridão ainda mais densa.
Aí, julgando-se ao abrigo do mais penetrante olhar, já apoiava a mão sobre o lombo do muro para formar o salto, quando ouviu um roçar de folhas na cerca fronteira.
Fitando pronto a vista, pareceu-lhe percebido entre a ramagem vulto humano, e sem a menor hesitação, atirando a longa capa em que se envolvia para os ombros, sacou a espada da bainha e pôs-se em guarda.
— Enfim! murmurara então resfolgando à larga.
Como, passado algum tempo, nada aparecesse de suspeito, pensou o desconhecido que ou se enganara na sua desconfiança, ou o vulto não tinha negócio com ele, a quem talvez nem houvesse pressentido; tornando ao primeiro intento