Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/132

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grelha do Santo Oficio, não pagam esse desaforamento, exclamou a Rufina.

— Eu como não tenho perna cabeluda!.... disse a Inacinha.

— Quem fala nisso agora, mulher? exclamou a Rufina furiosa. Tenha ou não, é o mesmo! Há de andar como as outras na boca do mundo.

— Mas quem foi o renegado que fez este verso?

— Espere!... Não me lembro mais do nome!

— Pois indague, que ele é quem há de tirar a prova do pelourinho de nossa vila. Já me estou regalando de o ver açoitar!

— Eu, se o encontrasse, arrancava-lhe os olhos com estas unhas!

No meio da tempestade levantada pela rima do Lisardo, tinham-se esgueirado da sala as duas meninas, que foram direitas ao quarto de Belinhas.

— Você não disse que ele está esperando? perguntou a Marta.

— Penso que está! respondeu corando a outra.

— Então é chamar?

— Eu, Marta?

— Pois, Belinhas, quem há de ser?

— Tenho vergonha!

— Então eu chamo por você.

E a Marta caminhou para a rótula com ar decidido.