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Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/176

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A concorrência era mais numerosa ainda que de costume, porque sendo este dia marcado pelo governador para a junta na qual se havia de decidir definitivamente a questão da vila, que era um caso de monta, ou como se diria hoje uma questão de gabinete, aguçara-se a curiosidade, e todos que tinham entrada no palácio lá foram na esperança de colher alguma cousa.

Enquanto não aparece D. Sebastião, aproveitemos a ocasião para dar uma ligeira notícia do que eram então as antecâmeras de um palácio.

No lanço da galeria franqueado aos estranhos viam-se grupos de moradores que rodeavam alguns dos oficiais de sala, para ouvir desse oráculo do governo as novas de importância ou para simplesmente participar do contacto palaciano, o qual para certa gente é um estofo indispensável.

Oficiais de sala chamavam-se então certos indivíduos que os governadores nomeavam para ficarem de estado à sua pessoa; e como esse oficio não tinha assento na folha, e por conseguinte não vencia salário nem propinas, eram para ele escolhidos de preferência os que tinham praça na milícia, ou que desfrutavam alguma tença e mercê.

Esses oficiais tinham aposento no paço, serviam ao mesmo tempo de camareiros e escudeiros para fazerem sala ao governador, como para o acompanharem em qualquer cerimônia e a passeio. Daí