Tinha anoitecido, mas fazia um desses luares esplêndidos do Norte que parecem auroras boreais.
O Nuno despachou dois cabras em busca do capelão, ou de qualquer outro padre mais próximo, com ordem terminante de trazê-lo ali, ainda que fosse amarrado.
Enquanto se fazia a diligência, deixou ele o Lisardo com alguns homens de guarda à liteira, e afastou-se com o Cosme Borralho e um dos cabras para o mato vizinho. Ali chegando, mandou pelo camarada cortar um grande molho de cansanção.
— Cosme Borralho, meu amigo, você desde certo tempo a esta parte anda cheio de maus humores.
— Não há tal!... acudiu o escrevente.
— E por falta de mezinha, essa reima está-lhe atacando a língua com achaques de enredeiro e maldizente.
— É um falso testemunho, Nuno; não acredite!
— Pois eu não hei de acreditar que você anda achacado? Se não fosse por moléstia, o Cosme, nosso camarada, havia de andar intrigando o Lisardo aqui no Recife e em Olinda?
— Juro que não fui eu!
— É doença, não digo? Sou seu amigo, Cosme; quero curá-lo dessa ruim praga. Dispa-se até