Página:Guerra dos Mascates (Volume II).djvu/238

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Agora chegue-se cá, moço, disse a Senhora Rufina, e ouça-me bem. Você está muito criança ainda para casar...

— Dezoito anos... quis protestar o Nuno.

— Dezesseis, menino! acudiu a Senhora Rosaura.

— Está vendo. Lá para os vinte, se comportar-se como homem, não digo que não. Até então pode ver sua noiva, na missa aos domingos, ou aqui em casa nas quatro festas do ano.

Marta, ao ouvir falar em noiva, fez-se de lacre e Nuno escondeu a careta que lhe merecera o programa da Senhora Rufina.

Entretanto Rebelo, que não concluíra ainda a sua missão de patrono dos namorados, fora buscar o Lisardo para apresentá-lo ao Viana.

— Quanto ao senhor, disse o mercador, fica em minha loja no lugar de caixeiro que deixou o tonto de seu camarada, e nessa qualidade, se me servir bem e for regrado, trabalhador e econômico, prometo-lhe a mão de minha filha Isabel aqui presente.

—Poltanto, acrescentou gravemente o Simão Ribas, não plecisa mais fazel velsos.

— Contra os de Olinda, pode fazer, acudiu a Senhora Rufina.

— Nada de versos; tornou o Viana. Aprenda-me a fazer contas e a conhecer o valor dos algarismos. Com isso sabe-se tudo.